Arte e filosofia em Deleuze e o “fora” filosófico-educacional: uma crítica às formas analógicas de pensamento

Resumen

O presente trabalho fundamenta-se no pensamento de Gilles Deleuze e tem como objetivo discutir a especificidade de sua analítica no que diz respeito à injunção dos territórios da filosofia e da arte, tendo em vista apresentar alguns desdobramentos para o campo educacional, especificamente no horizonte da filosofia da educação. O estudo coloca em evidência discussões deleuzeanas relativas ao encontro, à imanência, ao estilo, à criação, à resistência, ao devir e ao “fora”, tendo em vista qualificar a singularidade dessa relação entre arte e filosofia, tal como proposta pelo pensador francês. Em seguida, considerando a peculiaridade do pensamento deleuzeano, particularmente no que tange às articulações entre territórios mutuamente estrangeiros de pensamento, tomamos como alvo de problematização a prevalência e os efeitos das formas analógicas de pensamento quando voltadas à injunção entre arte e filosofia. Destacamos duas entradas analíticas: a primeira delas remete ao problema da analogia em relação aossentidos;a segunda, ao problema da analogia em relação aos procedimentos linguísticos. O estudo aponta a necessidade de refutar as demandas analógicas de pensamento de modo a abrir passagens para forjar outra qualidade à experiência de encontro entre territórios estrangeiros. No percurso argumentativo, a articulação entre arte e filosofia a partir da dinâmica deleuzeana do jogo de resistência e criação será salutar para verter a discussão ao campo da filosofia da educação. Apontamos que o trabalho do pensador francês de interpelação da filosofia a partir do encontro com uma espécie de fora-filosofia e de um fora-arte, com vistas a uma problematização radical do pensamento, pode atiçar potencialmente o campo da educação no horizonte de um “fora” filosófico-educacional.   

Palavras-chave: analogia, imanência, fora, arte, pensamento