Boaventura de Bagnoregio e o ensino filosófico teológico na universidade do Século XVIII
Resumen
O objetivo deste texto é fazer uma análise sobre a inter-relação existente entre teologia e filosofia no ensino universitário parisiense, na segunda metade do século XIII. Neste período histórico, a teologia e a filosofia se constituíam em uma única natureza de conhecimento, denominada escolástica. Essa filosofia foi considerada, ao longo dos séculos medievais, como a essência do pensamento cristão. Por isso, também era identificada como filosofia cristã. Segundo filósofos como Grabmann (1948), Pieper (1973), Gilson (1998), desde os escritos de Boécio, esse filosofar tornou-se a maneira de os homens expressarem o conhecimento. Para nosso estudo, nesta comunicação, consideraremos duas obras do mestre franciscano Boaventura de Bagnoregio (1217/21-1274), Itinerário da Mente para Deus e Redução das Ciências à Teologia. Nosso propósito com este debate é explicitar que, no medievo, e, mesmo na modernidade, religião e educação caminharam juntas, portanto, nem sempre a separação entre filosofia e teologia [razão e fé] fez parte do ensino. Queremos recuperar o caráter histórico da questão, uma vez que, na atualidade, há uma recusa explícita quanto a influência da religião na educação. Para nós, não se trata de rechaçar ou aceitar a religiosidade como aspecto formativo do homem, mas entender porque ela é valida e importante para uma época e deixa de ser para outra, tornando-se, inclusive, sinônimo de obscurantismo. Não pretendemos travar uma disputa para averiguar se existe uma época certa ou errada. Ao contrário, a intenção é explicitar, por meio da relação entre educação e religião (ou seja, o uso imbricado da filosofia e da teológica) como um movimento da história no seio das relações sociais medievais universitárias.
PALAVRAS-CHAVE: Escolástica, Universidade Medieval, Boaventura de Bagnoregio.
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PDFReferencias
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