O papel idealizado para a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo em sua criação
Resumen
Uma das observações feitas por Karl Marx nas Teses sobre Feuerbach foi de que ao longo da História a Filosofia tem se prestado mais à interpretação da sociedade de diferentes maneiras do que para transformá-la. Entretanto, diga-se de passagem, que quando se fala em transformação, nem sempre significa que ela está voltada para a superação das condições sociais existentes, para a superação da sociedade de classes. Muitas vezes ela tem sido pensada exatamente no sentido contrário, no sentido de conservação do status quo. Este, por exemplo, foi o papel atribuído à Filosofia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras – FFCL – da Universidade de São Paulo – USP, destinada a construir e consolidar um projeto burguês de educação e sociedade no Brasil. Isto é o que pretendemos trazer à tona neste artigo, no momento em que pretendemos explicitar o papel atribuído à FFCL inerente ao projeto de criação da Universidade brasileira, a Universidade de São Paulo, pensada e organizada para servir de modelo às demais universidades a serem criadas a partir daí. No entanto, para compreender o papel exercido pela FFCL da USP na criação da Universidade Brasileira é preciso ter presente as circunstâncias em que ela foi criada. Por isso, faremos um recuo para recuperarmos a história pregressa que levou à criação da universidade e também analisaremos seus desdobramentos e implicações na formação dos acadêmicos.
Palavaras-Chave: Educação, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, Universidade de São Paulo
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