O papel idealizado para a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo em sua criação

Paulino José Oro

Resumen


Uma das observações feitas por Karl Marx nas Teses sobre Feuerbach foi de que ao longo da História a Filosofia tem se prestado mais à interpretação da sociedade de diferentes maneiras do que para transformá-la. Entretanto, diga-se de passagem, que quando se fala em transformação, nem sempre significa que ela está voltada para a superação das condições sociais existentes, para a superação da sociedade de classes. Muitas vezes ela tem sido pensada exatamente no sentido contrário, no sentido de conservação do status quo. Este, por exemplo, foi o papel atribuído à Filosofia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras – FFCL – da Universidade de São Paulo – USP, destinada a construir e consolidar um projeto burguês de educação e sociedade no Brasil. Isto é o que pretendemos trazer à tona neste artigo, no momento em que pretendemos explicitar o papel atribuído à FFCL inerente ao projeto de criação da Universidade brasileira, a Universidade de São Paulo, pensada e organizada para servir de modelo às demais universidades a serem criadas a partir daí. No entanto, para compreender o papel exercido pela FFCL da USP na criação da Universidade Brasileira é preciso ter presente as circunstâncias em que ela foi criada. Por isso, faremos um recuo para recuperarmos a história pregressa que levou à criação da universidade e também analisaremos seus desdobramentos e implicações na formação dos acadêmicos.


Palavaras-Chave: Educação, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, Universidade de São Paulo



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Referencias


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