O homem total e sua sociedade fragmentada: o ensino de filosofia como instrumento para a expansão da atuação humana.

Felipe Araujo Fernandes

Resumen


O objetivo do presente artigo é estimular a discussão sobre a possibilidade de  usar o Ensino de Filosofia como um movimento que confronte a visão unilateral de atividade humana. Queremos propor um entendimento de Homem (leia-se Humanidade) como ser que não deve ter uma atuação limitada no mundo, mas sim, que sua atuação seja plena, que coloque em ação toda a  diversidade das manifestações humanas. Para tanto, usaremos os conceitos de Omnilateralidade e Riqueza, utilizados pelo Filósofo Karl Marx, em seu Livro Manuscritos Econômico-Filosóficos de 1844. Omnilateralidade seria a defesa da “essência” múltipla humana, não limitada (pela sociedade utilitarista) em apenas alguns aspectos,  mas, entendendo que nossa atuação deve sempre ser diversa, ou seja, devemos atuar nos mais variados campos da realização humana: intelectual, político, artístico, interpessoal, sexual, afetivo, corporal, profissional, etc. Já o conceito de Riqueza, recebe uma nova semântica com o autor, com isso não devemos entender que rico é aquele que possui muitos bens materiais (o que tem suprida sua necesidade financeira), mas rico, em Marx, é aquele que possui a consciência da haver necesidades em muitos aspectos da lateralidade humana, e justamente por isso precisa saciar esses muitos desejos, para expandir a multipliciade da atuação humana. Para isso, recorremos à lente do Materialismo Dialético, que sugere que a Teoria e Prática não devem ser divorciadas, mas que, pelo contrário, devem ser conjugadas dialeticamente para que se estabeleça uma relação de co-interferência entre ambas. Essa proposta se fudamentrá no conceito de  Filosofia da Práxis (A Práxis Revolucionária). Estimularemos a discussão de como o conceito de educação está sujeito às normas do sistema econômico vigente, e como a noção de especialização limita essa potência criadora do Homem, muitas vezes tornando-o um mero especialista. Sugerimos então o Ensino de Filosofia com instrumento para identificar e confrontar essa realidade, desse modo, é necessário que o Filósofo não seja apenas um “intérprete” da realidade, e sim, mais um dos agentes desse processo de construção e transformação social.

Palavras-chaves: Educação, Filosofia, Onilateralidade, Homem-Total, Filosofia da Práxis.

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Referencias


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