A modulação em seus atravessamentos com as artes no campo da educação

Marcus Pereira Novaes, Antonio Carlos Rodrigues de Amorim

Resumen


A modulação é bastante utilizada para pensar a passagem da sociedade disciplinar à sociedade de controle, ao apontar um estreito vínculo deste conceito com possíveis causalidades das novas técnicas de subjetivação capitalista, que apresenta o marketing como uma forte instituição, em seus possíveis efeitos em grupos de indivíduos que recebem as imagens transmitidas pelos meios de comunicação que fazem a informação variar.

Se por um lado nossa educação com e entre imagens permitiria uma subjetivação nesse sentido, por outro, também poderia possibilitar o pensamento a pensar no intervalo quando a brecha entre perceber e agir possibilite sofrer afecções e incentivar outros modos de criação e invenção.

Aproveitaremos que o conceito não está ancorado e nem estático em qualquer consciência ou discurso, e apostaremos na mobilidade da modulação explorada por Deleuze, também para pensar as conexões entre filosofia e artes, e apontar como esse conceito seria pensado diferentemente  pelo filósofo francês em relação à pintura, ao som e ao cinema. Afinal, os conceitos ao longo da obra desse pensador sofrem variações em suas criações pertinentes à abordagem de problemas distintos que precisam ser pensados. Ao tomar o pensamento artístico, Deleuze teria pensado a modulação mais afirmativamente.

Ao deslocar o conceito para pensar as artes, nosso problema está na possibilidade da potência educativa dos encontros com imagens, pois essas também ocupam um papel dentre as novas tecnologias possibilitando pensar além do código como instaurador de consciências de consumo, e mesmo que em alguns casos passem por aí, a finalidade projetada pode sofrer desvios dada a complexidade do pensamento humano e suas variáveis formas de agir.

Tomaremos como referências principais as aulas de Deleuze: A Pintura e as Questões dos Conceitos (1981), Cinema / Imagem e Movimento (1981-82) e Cinema: uma Classificação dos Signos e do Tempo (1982-83, e também nos livros que resultaram de partes dessas aulas: Lógica das Sensações / Cinema 1: A Imagem-Movimento / Cinema II A Imagem-Tempo.

O conceito de modulação, devido à estreita ligação entre pintura,  música e cinema, opera em ações que as diferenciariam e manteriam suas potencialidades. Potencialidades que podem abrir à aprendizagem pensar o impensado, e, por vezes, criar pela necessidade e emergência da invenção.

As diferenças no modo pelo qual a modulação trabalharia em pintura, música e cinema parecem também apontar possíveis encontros para pensarmos uma aprendizagem afetiva, entre o pensamento e o sensível, possibilitando abordar tal conceito em um estreito vínculo com a Figura, ampliando o campo da educação e tomando-o também como um campo de afecção.

Palavras chaves: modulação, educação, filosofia da diferença, artes.



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Referencias


DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é filosofia. 2. ed. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992.

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a.

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_______. Conversações (1972-1990). 1ª ed. (7ª reimpressão - 2008). São Paulo: Ed. 34,

b.

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_______. Cine II: Los signos del movimiento y el tiempo. 1. ed. Buenos Aires: Cactus,

LAZZARATO, M. As revoluções do capitalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,

VAN GOGH, V. The letters of Vincent van Gogh. London, UK: Penguin Books, 1996b.

Filme utilizado para o desenvolvimento do texto:

CORBIAU. G. Farinelli [filme] Direção: Gerard Corbiau. Bélgica/França/Itália: Spectra

Nova, 1994. DVD/color/105min.


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