O cotidiano escolar profanado com os jogos teatrais: o caso da escada

Patricia Neves de Almeida

Resumen


“O cotidiano escolar profanado com os jogos teatrais: o caso da escada” apresenta uma prática teatral realizada com alunos de uma escola da rede municipal de ensino, do município de Boituva-SP. O problema de pesquisa surge de uma inquietação em relação à presença dos dispositivos de controle na escola, mais particularmente de uma escada e sua regra que restringe o acesso dos alunos. A pergunta norteadora desta investigação é: como fazer resistência a tantos dispositivos de controle presentes no cotidiano escolar? A hipótese é de que o teatro, especificamente o jogo teatral de Spolin (2003; 2007; 2008) e de Boal (2005), tem a potencialidade de operar o que Agamben (2007) nomeia uma “profanação”. A pesquisa possui abordagem qualitativa, tem como modalidade a pesquisa-ação e vale-se da metodologia da conversa não diretiva para a coleta de dados. O estudo envolve a análise do conceito de dispositivo em Foucault (1979; 2004) e Agamben (2009) e de profanação com Agamben (2007); a exposição dos relatos dos alunos sobre os dispositivos; e a descrição da prática intitulada “Experiência Teatral”. O objetivo da pesquisa é propiciar aos alunos a reflexão sobre o cotidiano escolar, questionando a existência dos dispositivos de controle na escola e, ainda, promover um novo uso do dispositivo, por meio da profanação da norma. As conversas não diretivas feitas com os alunos após a realização da “Experiência Teatral” revelam uma aproximação entre o que se objetivava inicialmente e o resultado alcançado pela iniciativa.

Palavras-chave: Cotidiano Escolar, Dispositivo, Profanação, Jogo Teatral, Escada.



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Referencias


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