Experiência e escrita na pesquisa com crianças

Maria Reilta Dantas Cirino, Edna Olímpia da Cunha

Resumen


As relações com a escrita têm nos provocado inúmeras situações desafiadoras em nossa prática de educadoras. A nossa própria relação com escrita no contexto das práticas pedagógicas e de pesquisas institucionalizadas é posta em questão. Como escrever? Como fazer emergir, brotar a escrita? Com os/as nossos/as alunos/as temos feito vários ensaios e nos envolvidos em situações de “provocar a escrita”, indicando descobrindo “caminhos de escrever.” Mas, de que escrita estamos falando? A escrita acadêmica? Seria essa a escrita a qual teríamos dificuldade de fazer nascer? O que é escrever? Somos incitados a escrever sobre o quê? Quais as relações que vivenciamos com a escrita? Esse texto procura dialogar com a relação entre a escrita e aquele/a que tenta/busca, se propõe a ensaiar, a escrever. Escrita como vida? (KOHAN, 2013). Para escrever é suficiente ter uma ideia? (ONDJAKI, 2012). Tomamos como inspiração para esse diálogo cenas vivenciadas em contextos escolares e, entre outros autores, consideramos sobretudo, fragmentos dos textos de Kohan (2013), Agamben (2012) e Ondjaki (2012),  os quais vem potencializando o pensar uma escrita-experiência, no sentido de envolvimento intenso com algo que nos afeta e nos provoca a comunicar, a dialogar com outros, a falar do que nos atravessa por dentro. Esse texto, portanto, nasce do encontro de duas professoras que, exercendo suas práticas em diferentes contextos de ensino, foram afetadas pelas experiências do filosofar com crianças. Nesses cenários são vivenciadas experiências filosóficas com crianças através do projeto Em Caxias, a filosofia en-caixa?.  Em nossos encontros com as crianças brotam cenas, acontecimentos, que têm trazido questões potentes para pensar a relação entre pesquisa e escrita. Como transformar o que temos vivido, experimentado com elas, numa pesquisa? Como traduzir em palavras uma experiência, transformando-a numa escrita em que o pensar sobre a própria escrita está em jogo?



Palavras-chave: Filosofia. Escrita. Experiência.



Texto completo:

PDF

Referencias


AGAMBEN, Giorgio. Infância e História: destruição da experiência e origem da história.

Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012.

BÁRCENA, Fernando. El delírio de las palabras: ensayo para una poética del

comienzo. Barcelona: Heder, 2004.

BIESTA, Gert. Para além da aprendizagem: educação democrática para um futuro

humano. Tradução de Rosaura Eichenberg. Belo Horizonte: Autêntica, 2013. (Coleção

Educação: Experiência e Sentido).

FALCÃO, Adriana. Mania de explicação. Rio de Janeiro: Salamandra, 2001.

FOUCAULT, Michel. O governo de si e dos outros: curso no Collège de France (1982-

. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

KOHAN, Walter Omar. O mestre inventor. Belo Horizonte: Autêntica, 2013. (Coleção

Educação: Experiência e Sentido).

ONDJAKI. A bicicleta que tinha bigodes. Rio de Janeiro: Pallas, 2012.

LARROSA, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber de experiência.

Disponível em: educa.fcc.org.br/pdf/rbedu/n19/n19a03 Acesso em: 13/03/2014.

LEITE, César Donizetti Pereira. Infância, experiência e tempo. São Paulo: Cultura

Acadêmica. 2011.

PARNET, Claire. Abecedário: entrevista feitas a Deleuze. Disponível em:

stoa.usp.br/prodsubjeduc/files/262/1015/Abecedario+G.+Deleuze Acesso em:

/03/2014


Enlaces refback

  • No hay ningún enlace refback.