Identidade e mestiçagem
Resumen
O objetivo deste trabalho é apresentar uma das duas principais categorias presentes na filosofia de Leopoldo Zea: mestiçagem, buscando elementos que possam contribuir para o pensamento educacional. O pensamento de Leopoldo Zea, filósofo mexicano do século XX, está na base da Filosofia da Libertação e iniciou suas pesquisas com o objetivo de compreender o homem a partir de sua realidade mais próxima, o México. Entende o homem como pessoa concreta, de carne e osso, inserido em suas circunstâncias, com as quais dialoga de maneira dialética: transforma suas circunstâncias ao mesmo tempo que é transformado por elas. As circunstâncias constituem sua situação vital, nas quais manifesta sua concretude e expressa sua liberdade. O homem é concebido como um ente histórico que participa da tripla dimensão temporal (passado-presente-futuro) e constrói a história à medida que enfrenta os problemas apresentados pelas circunstâncias. Eis o papel da consciência histórica na filosofia de Zea: se, como homens históricos, só conhecemos a partir de uma perspectiva histórica, então a consciência que temos de nossas circunstâncias em relação às três dimensões temporais nos permite recorrer à história para que continuemos nossa vida tendo clareza de nossa identidade. Só nos reconhecemos como homens na relação dialética circunstância-tempo histórico. Sob essa perspectiva, busca a identidade do homem latino-americano que deve se compreender como mestiço e reconhecer sua condição de dependência sócio-cultural para que possa iniciar um processo de libertação de qualquer situação de opressão. A libertação do homem de seu estado de dependência sócio-cultural só é possível através da compreensão histórica e do conhecimento de si mesmo. Daí decorre a proposta de que educar é formar homens livres, exigindo-se uma educação crítica e popular que dialogue com a realidade concreta.
Palavras-chave: Leopoldo Zea, filosofia latino-americana, circunstância, mestiçagem, identidade.
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