Imagem, Filosofia da educação e formação no séc. XXI: o analfabeto do futuro será o que não sabe fotografar?

Angela Santi

Resumen


A imagem nos coloca um problema, nas muitas vezes em que a educação é identificada (reduzida) ao conhecimento. A educação a partir de uma outra perspectiva, através da imagem, pode colocar tal cânone em questão, evidenciando o próprio conhecimento como problema e perguntando pela natureza da sua constituição. A sentença, emprestada de Moholy-Nagy, de que o analfabeto do futuro será o que não sabe fotografar, expressa uma profunda mudança cultural, em que a imagem (técnica, a fotografia) torna-se o elemento capaz de reter, mais especialmente, a força “codificadora” do mundo contemporâneo. À radicalidade desta afirmação, corresponde o apelo sobre a importância de um outro alfabetismo: “a força cultural e universal do cinema, da fotografia e da televisão, na configuração da autoimagem do homem, dá a medida da urgência do ensino de alfabetismo visual”, afirma Denis Dondis. Entendemos ser fundamental pensarmos na educação de forma ampliada, incorporando a imagem em suas diferentes manifestações, o que significaria também pensar num certo alfabetismo para um universo que é hoje marcado por tecnologias digitais. Para pensarmos tais questões, iremos trabalhar com referências conceituais benjaminianas que podem contribuir na construção de uma outra concepção de educação, aberta e receptiva às demandas do presente - tomando a questão da fotografia como paradigmática para seu trabalho, bem como para o nosso, de pensar a educação a partir da imagem. Sendo assim, é importante pensarmos aquilo que venho chamando de “analfabetismo docente”, recuperando o sentido amplo da educação, em que professores também se veem implicados numa formação para o contemporâneo, que redefine o que é a escola e o sentido do seu fazer nela.


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Referencias


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