A escola como espaço das paixões alegres: a contribuição do pensamento de Spinoza ao ensino da Filosofia (em processo)

Erondina S. de Araujo

Resumen


Sempre que iniciamos um estudo filosófico percebemos que em todos os períodos há uma busca incessante pela verdade.  Esta ganha distintas facetas.  Com Sócrates aprendemos que o ato de filosofar envolve um exame constante de nossos hábitos e atitudes.  Há outras correntes em que a busca do conhecimento verdadeiro envolve grandes sistemas.  Dois grandes expoentes modernos foram Kant e Hegel.  Com Nietzsche – o pensador da ruptura – aprendemos que a verdade é uma invenção.  Trata-se de algo contingente. 

Neste estudo, interessa-nos a filosofia de Spinoza.  Para apreciá-la é preciso situar-se no seu contexto histórico e cultural.  Nascido na Holanda, Amsterdã no século XVII de família tradicionalmente judaica, este pensador conviveu com a multiplicidade e a instabilidade política de sua cidade.  Tem-se ciência/notícia que muitos judeus holandeses aterrizaram em terras brasileiras em tempos antanhos, precisamente em Recife, fundando a 1ª sinagoga brasileira, porém, por motivos políticos e religiosos saíram do Brasil e ajudaram a construir a cidade de Nova York nos Estados Unidos.  Ou seja, este espírito da multiplicidade, da possibilidade e da liberdade é o solo onde se constitui a filosofia de Spinoza.  Seu pensamento se constrói contestando o dogmatismo.  Trata-se de uma filosofia da potência.

 Para o pensador holandês, conhecer verdadeiramente é conhecer pela causa. Para tanto, é preciso estabelecer uma cartografia dos nossos afetos para que possamos transitar de um gênero de conhecimento ou modo de percepção a outro.   Sobre o primeiro gênero de conhecimento, imaginação ou opinião, que é inadequado e parcial, Spinoza nos fala das paixões alegres, quer dizer, mesmo no âmbito da imaginação somos capazes de realizar bons encontros e estes fornecem a ocasião para o nascimento dos afetos ativos que são do domínio da razão.   

Além disso, em Spinoza, há uma espécie de terapia cognitiva onde nos desenvolvermos intelectualmente, paralelamente, nos desenvolvemos eticamente.  Percebe-se, que a ética spinozana está totalmente entrelaçada à teoria do conhecimento, quer dizer, um indivíduo só pode agir de maneira ética  na medida em que ele  compreende as causas que o determinam.

            Sendo assim, este texto tem o interesse de:  

  1. Examinar estes modos e saber como é possível realizar a  transição de um gênero de conhecimento a outro;
  2. Compreender a teoria da afetividade spinozona distinguindo os tipos de afetos;
  3. Compreender as possibilidades de novas formas relacionais entre afetividade, ética e educação no atual contexto político brasileiro.

Palavras chaves:  ética, educação e afetividade.


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