Formação integral, interdisciplinaridade e contextualização no currículo do ensino médio brasileiro: que conceitos são esses?

Jéssica Erd Ribas, Guilherme Pinto dos Santos, Raquel Brum Sturza

Resumen


O presente artigo é fruto de pesquisas em andamento do projeto de pesquisa "Políticas Públicas para o Ensino Médio e Ensino da Filosofia: uma analítica dos discursos" da Universidade Federal de Santa Maria. Esta pesquisa inscreve-se no conjunto das pesquisas qualitativas em educação, tomando como temática central os discursos sobre o currículo do Ensino Médio presente nas legislações vigentes e, por conseguinte, seus efeitos nas práticas escolares e, em especial, no ensino da Filosofia. O objetivo principal deste artigo é realizar uma investigação a respeito dos significados, sentidos e objetivos dos conceitos de formação integral, interdisciplinaridade e contextualização que compõem o currículo do ensino médio brasileiro, a partir da análise dos discursos presentes nas políticas educacionais contemporâneas, sendo elas, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996; os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM) de 2000; as Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (OCN) de 2006; o Plano Nacional de Educação (PNE) de 2009; as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM) de 1998 e de 2012 e, o documento do Pacto Pelo Fortalecimento do Ensino Médio (PACTO/EM) de 2014, com ênfase nos cadernos de formação de professores. Buscamos compreender o surgimento desses conceitos (formação integral, interdisciplinaridade, contextualização) nas políticas públicas educacionais brasileiras, bem como, apresentar a importância da articulação desses conceitos para o ensino de filosofia, no entendimento, da garantia de um ensino de filosofia que possibilite aos estudantes experiências filosóficas. Nesse sentido, utilizamos a concepção de ensino de filosofia como experiência filosófica.


Texto completo:

PDF

Referencias


ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. 5.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

ASPIS, R. L. O professor de filosofia: o ensino de filosofia no ensino médio como experiência filosófica. UNICAMP: 2004

ASPIS, R. L.; GALLO, S. Ensinar Filosofia - um livro para professores. São Paulo: Ed. Atta Mídia e Educação, 2009.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação, Câmara de Educação Básica. Resolução nº02, de 30 de janeiro de 2012. Brasília, 2012.

______. Ministério de Educação e Cultura. LDB - Lei número 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996,BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação.

______. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Educação, de Currículo e Educação Integral. A Política Curricular da Educação Básica: novas diretrizes curriculares e os direitos à aprendizagem e desenvolvimento (versão preliminar). Brasília, junho 2012b.

________. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Formação de Professores do Ensino Médio, Etapa I, Caderno I. Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio. Curitiba: UFPR/Setor de Educação, 2014. Disponível em: http://pactoensinomedio.mec.gov.br/images/pdf/cadernos/web_caderno_1.pdf.

________. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Formação de Professores do Ensino Médio, Etapa II, Caderno III. Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio. Curitiba: UFPR/Setor de Educação, 2014. Disponível em: http://pactoensinomedio.mec.gov.br/images/pdf/cadernos/web_caderno_1.

_________. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino Médio). Brasilia: MEC, 2000.

CONFERÊNCIA Mundial de Educação para Todos. Declaração Mundial de Educação para Todos. Plano de Ação para Satisfazer as Necessidades Básicas de Aprendizagem. Brasília, DF: UNIFEC, 1990.

DELEUZE.G.; GUATTARI, F. O que é a filosofia? 3. ed. Trad. de Bento Prado Jr. e Alberto A. Muñoz. São Paulo: Editora 34, 2010.

GALLO, S.; CORNELLI, G.; DANELON, M. (orgs.). Filosofia do Ensino de Filosofia. Petrópolis-RJ: Ed.Vozes, 2003.

GALLO, S. Filosofia e o exercício do pensamento conceitual na educação básica. Educação e Filosofia. Uberlândia, v. 22, n. 44, p. 55-78, jul./dez.2008.

__________. Metodologia do ensino de filosofia: Uma didática para o ensino médio. Campinas, SP: Papirus, 2012

MEC/INEP/CIBEC. Educação Para Todos: A Conferência de Nova Delhi. Ministério da Educação e do Desporto – MEC. Brasília. 1994. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me002079.pdf. Acesso em 09 dez. 2016.

MEC/SECAD. Educação Integral: texto de referencia para o debate nacional. Brasília – DF, 2009b.

MENEZES, Janaina S. S. Educação integral & tempo integral na educação básica. In: COELHO, L. M. C. C. (Org.). Educação integral em tempo integral: estudos e experiências em processo. Petrópolis, RJ: DP; Rio de Janeiro: FAPERJ, 2009.

PESTANA, S. F. P.Afinal, o que é educação integral?. Revista Contemporânea de Educação, v. 9, p. 21-38, 2014.

RICARDO, E. C. Implementação dos PCN em sala de aula: dificuldades e possibilidades. Caderno Brasileiro de Ensino de Física. Florianópolis, v. 4, n. 1, 2003.


Enlaces refback

  • No hay ningún enlace refback.