A práxis como condição pedagógica necessária à realização da educação crítica
Resumen
O presente artigo traz para o debate a práxis marxiana em Gramsci e Vigotski, apresentando-a como condição necessária a uma educação crítica. O estudo parte do pressuposto que, no Brasil, a educação ativa, influenciada pela orientação teórica de Dewey e de Piaget, assim como a proposta de uma educação crítica, permanece como possibilidade, uma vez que os princípios da educação ativa, apesar de terem influenciado os textos legislativos educacionais, ao serem transplantados para outro contexto, não chegaram a se tornar realidade na concepção e na prática do professor, deixando um rastro reducionista e um esvaziamento da obra desses autores. A educação a que denominamos crítica e cujos ideais estão presentes em Gramsci e Vigotski, apesar de contemporânea das “novas ideias” da educação ativa, traz uma orientação oposta aos princípios que nortearam essa última e, consequentemente, a Escola Nova. A pesquisa desenvolve-se em uma linha materialista histórica e dialética, buscando contextualizar a chegada desses ideais ao Brasil e apontar as contradições advindas com esse transplante. O desenvolvimento da presente reflexão aponta tanto para a condição pedagógica objetiva à construção da concepção e da prática do professor crítico, quanto para a Universidade, enquanto espaço privilegiado de criação das condições necessárias a que essa educação possa vir a se tornar uma realidade. A possibilidade de uma educação crítica vir a tornar-se uma realidade pedagógica passa, necessariamente, pela práxis, enquanto condição pedagógica. A proposta do trabalho é negar a inexorabilidade do aqui e do agora e construir novas perspectivas para a elaboração de uma concepção e uma prática pedagógica críticas.
Palavras-chave: Educação ativa. Educação crítica. Práxis.
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PDFReferencias
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