Filosofia, educação e liberdade

Marilene de Melo Vieira

Resumen


Resumo:

Ao se pensar a educação, faz-se mister entendê-la como prática social-histórica intencional, de sujeitos dotados de potencial liberdade, que podem assim interferir tanto positiva como negativamente no processo educativo. Pode-se conhecer e fazer ciência com relação aos homens, mas essa ciência não abarca a totalidade e a complexidade dos fenômenos do humano e, menos ainda, tudo o que se refere à sua imaginação radical e a sua criatividade. Sobre estas, a ciência não tem nem a primeira e nem a última palavra. Mas, por ser a educação uma prática social, é inconcebível pensar que a ciência poderia prescrever como ela deveria ser! Entendida assim a educação, qualquer tentativa de prescrição científica choca-se com o que há, em nós, de intrinsecamente humano – nossa psique, nossa história pessoal, nossa liberdade. Dessa forma, há fatos referentes aos humanos que a ciência pode conhecer, e eles se encontram apenas na esfera dos fenômenos físicos, químicos e biológicos. Os fenômenos da psique estão ainda a serem explorados, e o que deles se conhece não pode ser generalizado para prever-se ou prescrever-se na área da educação. Na educação, o que se pode e o que se deseja é a construção, por parte de quem educa, seja o pedagogo seja o professor, de uma reflexão sobre a própria prática, que lhe permita julgar as situações cotidianas e decidir sobre elas, com máximo de coerência e justiça.

 

Palavras-chave: Educação. Indeterminado. Liberdade e Filosofia.

 

 

Resúmen:

 Cuando se piensa la educación, se hace fundamental comprenderla como práctica social e histórica intencional, de sujetos dotados de potencial libertad, que pueden así intervenir, de manera positiva o negativa, en el proceso educativo. Se puede conocer y hacer ciencia con relación a los hombres, pero esa ciencia no abarca la totalidad ni la complejidad de los fenómenos del humano, aún menos todo lo que se refiere a su imaginación radical y su creatividad. Sobre ellas, la ciencia no tiene ni la primera, ni la última palabra. Sin embargo, siendo la educación una práctica social, no se puede concebir pensar que la ciencia podría prescribir como ella debería ser. Así comprendida la educación, cualquiera tentativa de prescripción científica va contra lo que hay, en nosotros, de intrínsecamente humano — nuestra psique, nuestra historia personal, nuestra libertad. Por lo tanto, hay factos referentes a los humanos que la ciencia no puede conocer y se encuentran solamente en la esfera de los fenómenos físicos, químicos y biológicos. Los fenómenos da la psique todavía no han sido explorados, y lo que se conoce de ellos no puede ser generalizado para que se pueda prever o prescribir en el área de la educación. En la educación, lo que se puede y se desea es la construcción, por parte de quien educa, sea el pedagogo, sea el profesor, de una reflexión sobre la práctica ella misma, que le permita juzgar las situaciones cotidianas y decidir sobre ellas con la más grande coherencia y justicia.

 

Palabras clave: educación, indeterminado, libertad y filosofía.

 

 

Abstract:

When one thinks education, one must comprehend it as an intentional socio-historical intention of subjects with potential freedom, who can thus intervene, both positively and/or negatively, in the educational process. One can, hence, know and make science concerning persons, but this science does not reach the full range, the complexity of said persons’ phenomena, nor all that concerns their root imagination and creativity. Science neither starts nor ends these matters. Nevertheless, as education is a social practice, one could never prescribe how it should be. As such, education, and any attempt of prescribing science, comes against what is, within us, intrinsically human: our psyche, our personal history, our freedom. Hence, there are facts concerning humans that can come to the knowledge of science, and they are found only in the sphere of physical, chemical, and biological phenomena. The phenomena of the psyche are yet to be explored, and what is known of them cannot be generalized so as to foresee or prescribe in the field of education. In education, what is possible and desirable is the construction, from those who educate, whether they are educators or teachers, of a reflection on the practice itself, so as to allow judgment of everyday situations and decision-making on them, with utmost coherence and justice.

 

Keywords: education, undetermined, freedom and philosophy.


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