Uma subversão na era do vazio: educação filosófica e emancipação na proposta da olimpíada latinoamericana de filosofia.

Lara Sayão Lobato de Andrade Ferraz

Resumen


A superação de si e a convivência colaborativa são os princípios dos jogos olímpicos. Neste caminho, professores de filosofia do Brasil e do Uruguai promovem um espaço para a sua realização no campo do pensamento filosófico. As Olimpíadas de Filosofia convocam jovens para um exercício de investigação solidária e de estímulo à reflexão, favorecendo a partilha de ideias sobre temáticas filosóficas de modo não competitivo. Estando em seu quinto ano, estendeu-se gradativamente a vários estados brasileiros e a outros países da latinoamérica, formando uma rede de docentes envolvidos numa forma de filosofar com jovens que resulta de jogos, oficinas e plenárias que fomentam o pensamento crítico e o debate conceitual e argumentativo. Esta pesquisa pretende compreender a concepção de Filosofia e seu ensino entre os protagonistas da Olimpíada Latinoamericana de Filosofia e discutir a ideia de olimpíada filosófica, presente no pensamento socrático enquanto exercício de competição consigo mesmo para eliminar os prejuízos, as ideologias e os dogmas que dificultam o diálogo com o pensamento diverso. Visitará as práticas e a construção das subjetividades na proposta de emancipação e formação do pensamento crítico nos trabalhos realizados em preparação para as olimpíadas e nos encontros latinoamericanos, examinando e problematizando essa iniciativa de educação filosófica, discutindo sua metodologia, seus fundamentos teóricos e a formação docente que se dá na prática das atividades da olimpíada. Buscará refletir sobre os alcances e limites pedagógicos deste trabalho, bem como desta concepção de ensino e de prática de Filosofia. A pesquisa teórica buscará as influências filosóficas presentes nos fundamentos originários do projeto das olimpíadas, de modo especial nos textos de Maurício Langon, pensador precursor das atividades no Uruguai. A partir da incursão no projeto, discutirá sua potencialidade como experiência de escolé em tempos hipermodernos, tendo como referencial teórico a obra de Gilles Lipovetsky, investigando as tensões, aproximações e distâncias entre sua leitura filosófica do mundo contemporâneo e as ciências da educação. A reflexão a que se propõe esta pesquisa identifica conceitos desenvolvidos em sua obra que parecem ser relevantes para pensar a educação na contemporaneidade, tais como: felicidade paradoxal, efemeridade, secularização, pós-dever e espetacularização. Exigências para situar os problemas de um ensino de filosofia que se pretenda significativo neste cenário.



Palavras-chave: ensino de filosofia - olimpíada de filosofia – educação e contemporaneidade



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