O privilégio da experiência filosófica no processo educacional
Resumen
Este ensaio científico se propõe a analisar o aforismo “O Privilégio da Experiência”, localizado na Introdução do livro de Theodor Adorno, Dialética Negativa, com a ajuda de outros conceitos filosóficos pertencentes ao mesmo livro e com a preocupação objetiva de lançar luzes e sombras sobre problemas culturais e educacionais contemporâneos. O aforismo é dividido em sete ideias-chaves que se tensionam e se complementam na perspectiva de salientar que a realização de experiências filosóficas formativas, de um lado, se apresenta como privilégio dos ainda não modelados no contexto de uma sociedade coercitiva e autoritária, que impede a maioria da população de ter tempo e acesso à busca da verdade e à construção da objetividade, principalmente negando-lhes as condições sociais de educação; de outro lado, que a realização de experiências filosóficas formativas pode se transformar em uma prática solidária e abrangente se os privilegiados assumirem a responsabilidade moral, que lhes cabe, de atuação educativa e reflexiva junto a essa maioria que se adaptou como que completamente às normas vigentes. O ensaio busca ressaltar ainda que fazer experiência filosófica não é apenas o sujeito se contrapor intelectualmente ao objeto na busca de sua verdade; é também uma atividade eminentemente política, pois o sujeito do conhecimento na busca de compreensão do objeto, persegue-o no contexto da realidade contraditória e tensa de que ele faz parte, no contexto, portanto, de um sistema que marginaliza os que não se adaptam a ele, favorece o individualismo exacerbado e impede o indivíduo de jure de se tornar, no desenvolvimento da sociedade, um indivíduo de facto, com seus direitos e deveres.
Palavras-chave: Experiência Filosófica; Dialética Negativa; Indivíduo de facto; Formação Cultural; Educação Escolar.
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PDFReferencias
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