O encontro com o outro como afetação: lugares da filosofia

Kaluany Honda Leone, Karla Aparecida Gabriel, Renata Morais Lima

Resumen


Este trabalho se apresenta com o intuito de questionar sobre o ensino de filosofia mediante os encontros culturais proporcionados pelas escolas. Será que o ensino de filosofia não perpetua uma educação eurocêntrica? Será que ao nos localizarmos somente frente à transmissão de uma História da Filosofia não estamos deixando os possíveis encontros com outras culturas à margem de todo um processo do conhecimento, do educar? Quais as contribuições da Filosofia na atualidade diante do desafio de se pensar uma educação plural? Este trabalho visa, por meio de alguns pensadores da educação, refletir os encontros possíveis com o Outro, com o estrangeiro, com a novidade e a difícil tarefa de não conceituarmos, isto quer dizer, fazer que o encontro permaneça como perplexidade, como afetação. Também é objetivo deste trabalho, pensar o papel do professor de filosofa como o responsável por promover encontros em detrimento da transmissão de um tipo apenas de conhecimento. Utilizamos nessa reflexão pensadores contemporâneos que nos auxiliam a pensar esse encontro com o Outro, e assim citamos; Gert Biesta,  Jorge Larrosa, Carlos Skliar. Esses autores nos colocam no lugar da experiência; dizendo de outra maneira, nos fazem pensar a educação em conexão com a vida, nos fazendo refletir como reencontrar o conhecimento acumulado pela humanidade e a vida de nossos jovens. Larrosa nos fala da experiência e juntamente com Skliar nos propusemos a pensar o encontro. Os problemas educacionais atuais, muitas vezes nos remetem a problemas com nós mesmos, nossa humanidade, nossa outridade, nossa alteridade, ou talvez, nossa falta de humanidade, outridade e alteridade. Biesta (2013) propõe que os indivíduos somente podem tornar-se presença, ou seja, somente podem se fazer existir, por meio das relações com outros indivíduos. É dizer, somente nos tornamos presença através de nossas relações com aqueles que não são como nós, somente vimos ao mundo através do nosso encontro com o Outro que nos é estranho e diferente. Sem embargo, este encontro nem sempre se dá amistosamente. É preciso que estejamos aptos a natural dialogicidade da vida, que possamos escutar o Outro, responder ao Outro, enfim, dialogar com o Outro. A vida só faz sentido com a existência do Outro. E com este diálogo, com esta conversação, é que pensamos a Filosofia poder colaborar para além de sua própria tradição. Tornar as aulas de Filosofia um momento de conversação no qual o encontro aconteça.

Palavras-chave: conversação, Ensino de Filosofia, encontro.



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Referencias


BIESTA, G. Para além da aprendizagem: educação democrática para um futuro

humano. Belo Horizonte: Autêntica. 2013.

LARROSA, Jorge. Linguagem e educação depois de babel / Jorge Larrosa; traduzido

por Cynthia Farina. – Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

LARROSA, Jorge. Filosofia, aprendizagem, experiência / organizadores Siomara

Borba, Walter Kohan. – Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008.

LARROSA, J. Tremores: escritos sobre experiência. 1ª ed. Belo Horizonte: Autêntica,

O PAPALAGUI. 7. ed. São Paulo: Marco Zero. [s. d.].

SKLIAR, C. B. . A educação e a pergunta pelos Outros. Diferença, alteridade,

diversidade e os outros outros.Ponto de Vista (UFSC), Florianópolis, v. 5, p. 37-50, 2003.

SKLIAR, C. Conferência: Educar a todos significa educar a cualquiera y a cada uno:

sobre la singularidad y la pluralidade en educación. Universidad de Málaga. 08 de maio

de 2013. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=KlZ8WKuEXnc


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