Da formação à deformação: para além da fundamentação

Maria dos Remédios de Brito

Resumen


A Literatura é vasta sobre o tema da formação. Tradicionalmente, encontra-se nos tratados pedagógicos uma efetiva imbricação da ideia com a educação, como afirma Rocha (2006), a imagem da formação e educação ilustra os conceitos de Paidéia, de Bildung. Sabe-se que suas bases podem ser encontradas na tradição clássica e carrega em seu bojo os pressupostos metafísicos que vêm limitando a livre superação do homem, mantendo-o, de certa forma, na ignorância a respeito do seu próprio avanço experimental, pois seus pressupostos visam um telos, uma constituição de um indivíduo modelar (ROCHA, 2006). Dessa maneira, sugere-se uma analítica para além dessa perspectiva, tomando como provocação a ideia de educação pela  deformação, que percorra as preocupações com a singularidade, negando as universalizações e as essencialidades. O texto mostrará três imagens inspiradoras da ideia deformação: Da Criança, Do como se tornar o que se é por sua correspondência na singularidade e Da aprendizagem. Essas três imagens não visam construir, corrigir, formatar para  submeter o indivíduo ao exercício do poder. O texto é inspirado pela filosofia da diferença, margeando autores, como: Nietzsche, Foucault e Deleuze, cuja pretensão consiste em  usá-los como mosaico atraente para o pensamento. A intenção é promover uma leitura não regular no contexto da tradição sobre a ideia de formação; assim, arrisca-se a promover outras leituras possíveis, como forma de exercitar o pensamento para outras variações. Entende-se que pensar a educação por vias das forças e das potências criativas da singularidade é uma forma de deformar um modo moribundo que tanto se impõe como presença na educação atual e, ao mesmo tempo, abrir espaços vivos e fecundos de criação.


Palavras-chaves: Formação, Deformação, Singularidade, Educação.

Texto completo:

PDF

Referencias


DELEUZE, Gilles. Lógica do Sentido. Tradução. Luiz Roberto Salinas Fontes. São Paulo:

Perspectiva, 2007.

______________. Francis Bacon: Lógica da sensação.Tradução.Roberto Machado et all.Rio de

Janeiro, Jorge Zahar Ed. 2007.

______________. Diferença e Repetição. Tradução. Luiz B.L. Orlandi; Roberto Machado. Rio

de janeiro: Graal, 2006.

DELEUZE, Gilles. ; PARNET Claire. Diálogos. Tradução José Gabriel Cunha. Lisboa:

Relogio D`´agua, 2004.

FOGEL, Gilvan. Conhecer e criar. Um ensaio a partir de F. Nietzsche. São Paulo: Discurso

editorial, Unijuí, 2003.

CARVALHO, Alexandre Filordi de. Foucault: A função professor. Ijuí. Editora Unijuí.

GALLO, Sílvio. Crítica da Cultura, educação e superação de si entre Nietzsche e Stirner.

In:Nietzsche e os gregos: arte, memória e educação: Assim Falou Nietzsche V. Angela

Maria Souza Martins...(et. al); Clarles Feitosa; Miguel Angel de Barrenecha (et. al).

(Orgs). Rio de Janeiro: DP&A: Faperj: Unirio, Brasilia, DF; Capes, 2006.

NIETZSCHE, F. Ecce Homo: Como alguém se torna o que é. Tradução, notas e posfácio de

Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

____________. Sobre La utilidad y lós perjuicios de La historia para La vida. Traucciín y

estúdio de Dionisio Garzón. Madrid. Biblioteca EDAF, 2000.

____________. Sobre a utilidade e desavantagem da história para a vida. In: Escritos sobre

Educação. Tradução, apresentação e notas de Noéli Correia de Melo Sobrinho. Rio de

Janeiro: Ed. PUC- Rio; São Paulo: Loyola, 2003.


Enlaces refback

  • No hay ningún enlace refback.