O restabelecer dos vínculos com a vida e o conhecimento através do pensamento

Paulino Eidt, Andressa Sartori

Resumen


A cisão entre a cultura científica e a das humanidades permanece intocada apesar da crise que o estigma da separação gerou nas relações humanas de toda a ordem. Os efeitos da incomunicabilidade podem ser percebidos no campo da política, da economia, do meio ambiente e, mais especificamente, na educação. A agonia planetária é efeito e produto do paradigma cartesiano e da solidez que adquiriu ao longo do tempo. O esforço de múltiplas áreas do conhecimento em rejuntar saberes e repensar o objeto tem seu itinerário “contaminado” pelo avanço fulgurante das tecnociências e pela velocidade unidimensional e irreversível do progresso. O presente artigo se propõe, por meio de um estudo teórico, a compreender o ser humano e a educação mediante a complexidade. Nesta acepção, é necessário pensar o conhecimento como algo inseparável da vida, já que este permite vivenciar a experiência de ressignificar os sentidos e contribui para semear a reflexão sobre uma educação que possa integrar o Ser e o Saber. Sendo assim, o objetivo deste artigo é contribuir para uma reflexão que busque compreender a importância de entrelaçar os fenômenos da vida com o processo de conhecimento. O artigo busca tecer reflexões complexas e desafiadoras, que possibilitem um olhar mais sensível e humano para os que começam a exigir reflexões éticas sobre a ciência e a técnica. Os resultados obtidos indicam a necessidade de um rever epistemológico, indicando a possibilidade de repensar o caminho civilizatório do pensamento humano e sugerem pensar a condição humana e o conhecimento por meio do desabrochar da complexidade. As considerações finais representam o reascender de uma nova etapa evolutiva da humanidade, irrigado pela complexidade.


Palavras-chave: Educação. Complexidade. Ser humano. Conhecimento.



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