Ensino, currículo de filosofia e formação humana: possibilidade de emancipação ou barbárie na contemporaneidade?
Resumen
O escopo do estudo investigativo que resultou na fomentação desse artigo faz parte de uma pesquisa em andamento de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal de Alagoas- do Centro de Educação- PPGE/CEDU/UFAL, e tem como objetivo principal apresentar uma reflexão sobre o ensino de Filosofia e da sua relação com o processo de construção do currículo de Filosofia atrelados à problematização acerca da formação humana, mediatizada pelo pensamento político de Hannah Arendt e interlocutores tais como, com o intuito de questionar se esse ensino, esse currículo e se essa formação tem como foco a transformação dos traços de barbárie que ainda se encontram na contemporaneidade, através de uma educação que se responsabilize com o acolhimento dos novos no mundo que é inacabado e, dessa forma, possam através do ato de julgar de forma crítica os eventos da tradição, criarem uma nova configuração para o mundo com a instauração da comunicabilidade entre os indivíduos no espaço público, com a efetivação do exercício pleno da sua liberdade. A hipótese que se levanta é que o ensino de filosofia e o ato de filosofar se encontram interligados a discussão sobre a criação de um currículo filosófico que seja capaz de apresentar a criação de possíveis caminhos para desenhar o mundo em novas configurações, a partir da fomentação de uma formação humana que ofereça as condições favoráveis para que os indivíduos implicados no processo do ensinar e de aprender tenham condições de julgar criticamente as relações de poder que estruturam o currículo de filosofia no atual contexto social e político e, também, sejam levados a constarem que são os criadores de sentido da sua existência.
Palavras-chave: Ensino; Currículo, Formação Humana; Emancipação e Barbárie.
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