Fragmentos de ideias sobre ensino de filosofia e re-existência

Resumen

O presente artigo, como já revela seu título, está constituído por notas esparsas, ou seja, não necessariamente atreladas por uma sintaxe de silogismos, premissas e conclusão, estando, no entanto, conectadas pelo interesse no ensino de filosofia. Trata-se de usar alguns conceitos da filosofia da diferença de Deleuze, para pensar o ensino de filosofia na escola, para jovens. Assim sendo, a escrita do artigo vai conectando ideias na construção de um lógica própria para tratar do ensino de filosofia com algo vivo, diretamente relacionado à vida. A primeira nota, ideias-flecha, trata da necessidade de um ensino de filosofia que se configure como experiência, que atravesse os estudantes como flechas, que os afete. A segunda nota, ideias-signo, é sobre o conceito deleuziano de aprender como decifração de signos. Ou seja, trata da ideia deleuziana de que o pensamento não é natural e que para que ele se dê, é necessário que haja algo que o provoque, que haja um incômodo, um problema. Nessa perspectiva o aprender é um processo de seguir uma necessidade que o encontro com signos traz.  A terceira, ideias-possível, trata da contraposição entre realização de possíveis e criação de possíveis. Segundo Deleuze, é necessário que os possíveis - e neste caso, no ensino de filosofia-, sejam criados, eles não estão dados a priori. Trata-se de uma outra perspectiva, que não a platônica, na qual a atividade do intelecto é a de alcançar uma ideia já dada, realizando-a. Ao contrário, se entende que não há essências e que os mundos têm de ser criados. A quarta nota, ideias- afecto, trata de conectar o conceito de afecto spinozano com a possibilidade de um aprendizado que atravesse o corpo. Trata-se de retomar Spinoza no que ele pode ajudar naquilo que foi colocado na primeira nota do artigo, um ensino de filosofia como experiência. E por fim, o que poderia ser um ensino de filosofia como re-existência? Uma resistência que consiste na insistência em existir, a reiterar constantemente a ação de criar sentido para a vida.

Palavras chave: ensino de filosofia, resistência, Deleuze, afecto, re-existência