Filosofia na escola: uma tensão entre saberes e educação

Resumen

Este texto é parte de uma discussão mais complexa desenvolvida em minha disseratação de mestrado intitulada “Filosofia com crianças: dos saberes da infância à infância dos saberes”, onde escrevo sobre os efeitos das práticas de filosofia com crianças da Escola Municipal Pedro Rodrigues do Carmo, de Duque de Caxias, RJ, envolvidas com o projeto de extensão universitária Em Caxias, a filosofia em-caixa? A escola pública aposta no pensamento, coordenado pelo professor Walter Omar Kohan e desenvolvido pelo Núcleo de Estudos Filosóficos da Infância (NEFI) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Esta abordagem se preocupa em colocar em perspectiva um movimento de polarização percebido com o desenvolvimento de experiências filosóficas em uma escola de ensino fundamental, além de buscar uma compreensão dos limites entre saber e educação nessas práticas. Talvez por ser a escola uma instituição proveniente de uma ordem discursiva em franco enfraquecimento, propostas que se apresentam como alternativa a este paradigma são encaradas como uma milagrosa solução para este quadro. Mas esse movimento não poderia representar uma limitação do papel da própria filosofia? Não representaria isto, uma mera adequação ou limitação do caráter questionador da postura filosófica diante das questões educacionais? Em uma tentativa de lançar uma luz a estas questões recorro à um marco teórico diverso: Walter Kohan e suas percepções sobre a infância auxiliam o início desta discussão, que contam ainda com Jorge Larrosa e suas contribuições acerca de saber e educação e a dissonante voz de Jacques Rancière e suas proposições sobre emancipação e ignorância.

PALAVRAS-CHAVE: Infância; Saber; Ignorância.