Entre a formação e a prática docente: a filosofia vai à escola

Resumen

Com a determinação da obrigatoriedade da filosofia no ensino médio por parte do ordenamento legal no Brasil, o debate educacional acerca da disciplina se desloca para qual o seu papel para a formação dos jovens, o que necessariamente requer uma reflexão sobre os conteúdos, as metodologias, as formas de acompanhamento e avaliação da disciplina. Essas problemáticas podem ser investigadas tanto na perspectiva dos professores que lecionam a disciplina, quanto dos alunos, duas frentes de investigação, que se entrecruzam e se complementam. Nesse texto nos propomos a investigar como a disciplina está sendo trabalhada nas escolas públicas do Estado do Ceará, localizadas no Município do Crato - CE a partir da ótica dos professores, nesse sentido, teceremos algumas reflexões, sobre o papel, as dificuldades e os limites da disciplina no ensino médio tomando por referência os planos de curso dos professores, as entrevistas realizadas com os mesmos e as Orientações Curriculares Nacionais - OCNs. Praticamente todos os professores demonstram que mesmo em meio a condições de trabalho desfavoráveis, estão buscando caminhos que tornem o ensino de filosofia mais dinâmico, com o intuito de possibilitar aos alunos uma aproximação maior com os conceitos filosófico e o desenvolvimento da capacidade crítica e autonomia dos jovens. O que salientamos como relevante são as condições a que estão submetidos os professores de filosofia no desenvolvimento de sua prática docente. Condições estas que passam pela carga horária, ao número de turmas e de alunos, a falta de material didático, ao status que as disciplinas como a Filosofia, Sociologia e Artes ocupam nesse nível de ensino, relegadas por vezes, a categoria de complementação de carga horária. A todos esses aspectos some-se ainda, a desvalorização da profissão, os baixos salários, a falta de estrutura das escolas.

PALAVRAS-CHAVE: Ensino de filosofia, professor de filosofia, metodologia, avaliação