Ensino de filosofia: da legislação à prática escolar

Tânia Rodrigues Palhano, Maria das Graças de Almeida Baptista

Resumen


O estudo ora apresentado resulta de um esforço de investigação sobre a legislação que incide na obrigatoriedade do ensino de filosofia no Ensino Médio e algumas considerações sobre a prática desta atividade no Estado da Paraíba. Questiona-se se os conteúdos propostos no Ensino Médio proporcionam a capacidade de reflexão e se oferecem respostas para as indagações provocadas pelo educando. Nesse artigo apresenta-se uma etapa dessa pesquisa quer seja a investigação sobre a legislação que incide na obrigatoriedade do ensino de filosofia no Ensino Médio e algumas considerações sobre a implantação dessa prática no Estado da Paraíba. O ensino de filosofia em nível médio carrega meia década de experiências ao chegar à escola brasileira após a sua obrigatoriedade como componente curricular. Antes disso, a filosofia tinha o caráter de conhecimento interdisciplinar. Com a obrigatoriedade, a filosofia vem passando por um processo de consolidação institucional, representada pela presença constante de demanda e reflexões filosóficas de variado teor. A instituição da Filosofia como disciplina no Ensino Médio deve possibilitar que o cotidiano, a vida, a prática, invada a escola e venha favorecer o pensar filosófico, a reflexão crítica sobre a própria prática. O ensino de filosofia no contexto atual emerge com a carência de práticas pedagógicas efetivas, no tocante a uma didática repensada para este ensino, uma vez que, ensinar filosofia é um exercício diário que exige o perguntar filosófico e a atitude filosófica. Cabe ao educador comprometido com sua atividade não se apegar as receitas de manuais, que não contribuem para uma educação crítica, libertadora e criadora. Essa reflexão implica, na aproximação teoria e prática, de forma que tanto a prática, quanto a teoria, e seus pressupostos possam ser questionados.

Palavras-chave: Ensino de filosofia. Legislação educacional. Prática educativa.


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