Considerações sobre a formação de professores à luz do pensamento de Henri Bergson

Alan Willian de Jesus, Luka de Carvalho Gusmão

Resumen


O período denominado de Idade Moderna trouxe à tona uma ruptura de paradigmas com a Idade Média que instaurou uma nova forma de se compreender o ser humano e a natureza. A vida em geral foi comparada a um relógio mecânico, sem os atributos que expressariam toda sua riqueza e diversidade. O tempo assumiu feição quantitativa e homogênea, o corpo foi dissociado do espírito e o intelecto da emoção. Tais concepções geraram novos modelos de sociedade onde se forjaram a educação e a escola de caráter enciclopédico. O professor neste paradigma precisa estar apto a discorrer verbalmente sobre os conteúdos apresentados como se estivessem prontos e acabados nos livros. Henri Bergson, nascido em meio ao acentuado desenvolvimento científico-industrial do final do século XIX, propôs uma filosofia que critica as concepções propostas pelo pensamento filosófico Moderno. Sua teoria funda-se nos conceitos de duração e intuição, os quais representariam de modo mais preciso tanto a dinamicidade, criatividade e riqueza da vida, quanto os meios que tem o ser humano de conhecê-la. Concluímos a partir da filosofia bergsoniana que o professor assumiria uma atitude investigativa e intuitiva frente ao devir, dispondo-se a aprender e experimentar, criando meios originais para colocar os outros em contato com experiências de aprendizado significativas.



Palavras-chave: Educação; Henri Bergson; Formação de professores.



Texto completo:

PDF

Referencias


BERGSON, Henri. O Pensamento e o Movente – Introdução (primeira parte). In: BERGSON, Henri. Cartas, conferências e outros escritos. São Paulo: Abril Cultural, 1979a. p. 99-112.

______. O Pensamento e o Movente – Introdução (segunda parte). In: BERGSON, Henri. Cartas, conferências e outros escritos. São Paulo: Abril Cultural, 1979b. p. 113-151. ______. A intuição filosófica. In: BERGSON, Henri. Cartas, conferências e outros escritos. São Paulo: Abril Cultural, 1979c. p. 55-68.

______. Introdução à Metafísica. In: BERGSON, Henri. Cartas, conferências e outros escritos. São Paulo: Abril Cultural, 1979d. p. 11-39.

CESAR, Constança M. Uma teoria implícita da educação. In: TREVISAN, Rubens M. Bergson e a educação. Piracicaba: UNIMEP, 1995.

MARCONDES, Danilo. Iniciação à filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

MARQUES, C. A. A imagem da alteridade na mídia. 2001. 248f. Tese (Doutorado em Comunicação e Cultura) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2001. RAMOS, Roberto. A educação e o conhecimento: uma abordagem complexa. Educar, Curitiba, n. 32, p. 75-86, 2008.

RODRIGUES, José Carlos. O corpo na história. Rio de Janeiro: Fio Cruz, 1999.

SANTOS PINTO, Tarcísio J. Algumas digressões em torno da duração, intuição e educação em Bergson. In: COLÓQUIO INTERNACIONAL HENRI BERGSON, 2007. Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: Editora UERJ, 2007. p. 1-14.

______. Bergson e a nova compreensão da evolução da vida diante do evolucionismo mecanicista de Spencer. 2000. 122f. Dissertação (Mestrado em Filosofia). Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: 2000. SHELDRAKE, Rupert. O renascimento da natureza: o reflorescimento da ciência e de Deus. São Paulo: Cultrix, 1997.


Enlaces refback

  • No hay ningún enlace refback.