O gesto interpretativo em Nietzsche de Gilles Deleuze
Resumen
O presente trabalho pretende produzir uma primeira aproximação entre a educação e a problemática questão acerca de quem interpreta as obras de arte. Para tanto, tomamos como campo investigativo a leitura Deleuziana de Friedrich Nietzsche. Focamos nossa discussão em torno de conceitos que nos possibilitam produzir novas aberturas para pensar, de forma mais ou menos potente, diversas implicações entre o pensamento intempestivo e a função do intérprete, a saber, como proliferador de novos sentidos na vida e no pensamento. Tratamos, portanto, de selecionar um modo que acreditamos ser minimamente vivo e consistente para apresentação de um tema que diz respeito às possibilidades de um uso ético e político das obras de arte no campo da educação. Em nosso percurso tomamos a experiência intensiva do ato de pensar no próprio pensamento, como eixo norteador de nossas discussões, uma vez que compreendemos estar nesse tipo de experiência a principal fonte de escape às amarras colocadas pelas imagens dogmáticas do pensamento ao intérprete. Buscamos, assim, desenvolver questões que dizem respeito à relação do intérprete com o método clássico, ou seja, representativo, articulando tal relação com o problema nietzschiano das forças, mas também com experiência disjuntiva do tempo - intempestivo e cronológico -, para, por fim, chegar aos conceitos de ratioessendi e de ratiocognoscendi. Trata-se de uma trajetória realizada por meio de considerações que visam abrir espaços de pensamento para o surgimento de possibilidades inauditas do uso da arte na educação; tendo isso em vista, não chegamos a encerrar uma conclusão que vise esgotar as entradas a essa rica problemática contemporânea aos pensamentos de Gilles Deleuze e Friedrich Nietzsche.
Palavras-chave: Artes, Educação, Interpretação, Método, Pensamento
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