Apontamentos para uma estética educacional pensada com Albert Camus

Danilo Rodrigues Pimenta

Resumen


Albert Camus não possui uma obra específica sobre educação, mas o conjunto de seus textos nos oferece indicações para pensar uma pedagogia do absurdo, assim, o objetivo deste artigo é analisar a estética camusiana, identificá-la como uma atitude coerente diante do absurdo e da revolta e pensar em uma possível pedagogia do absurdo. O criador absurdo cria para nada e sua pedagogia consiste na consciência da efemeridade de sua obra. A intenção pedagógica do artista é manter a consciência por meio de sua obra, visto que são os fracassos da existência absurda que mais nos ensinam a respeito dela. A estética pedagógica proposta pelo franco-argelino é proporcional ao homem e por isso é mais esclarecedoras que todas as bibliotecas, visto que Camus está convencido da mensagem instrutiva da aparência sensível que descreve o fracasso da existência humana. É exatamente por isso que a criação artística é um instrumento de libertação, pois ela tem a finalidade de despertar o homem de sua vida maquinal, isto é, da vida desprovida da consciência da absurdidade da existência. Enfim, a proposta abaixo consiste em apresentar a estética camusiana em interface com a educação, destacando seu comprometimento com a inadequação ontológica que há entre o homem e o mundo, assim como sua finalidade de apontar o caminho sem saída que estamos comprometidos e apontando os modos de vidas absurdas, tal como apresentado em Le mythe de Sisyphe e em L’homme révolté. A fim de obter êxito, destacaremos além das duas obras já mencionadas, os Discours de Suède, pronunciados em Estocolmo, em dezembro de 1957, na ocasião em que recebeu Nobel de Literatura.

Palavras-chave: existência, estética, educação.



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Referencias


BRISVILLE, Jean-Caude. Albert Camus. Trad. de Rui Guedes da Silva. Lisboa: Editorial Presença, 1962.

CAMUS, Albert. Théatre, Récits et Nouvelle. Paris: Gallimard, 1962.

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___. L’étranger. Théatre, Récits et Nouvelle. Paris: Gallimard, 1962a.

___. La peste. Théatre, Récits et Nouvelle. Paris: Gallimard, 1962b.

___. L’envers et l’endroit. Essais. Paris: Gallimard, 1965a.

___. Noces. Essais. Paris: Gallimard, 1965b.

___. Le mythe de Sisyphe. Essais. Paris: Gallimard, 1965c.

___. Actuelles I. Essais. Paris: Gallimard, 1965d.

___. L’homme révolté. Essais. Paris: Gallimard, 1965e.

___. Actuelles II. Essais. Paris: Gallimard, 1965f.

___. Discours de Suède. Essais. Paris: Gallimard, 1965g.

___. Réflexions sur la guillotine. Essais. Paris: Gallimard, 1965h.

___. Textes complémentaires. Essais. Paris: Gallimard, 1965i.

___. Primeiros cadernos. Lisboa: Livros do Brasil, s/d.

___. A inteligência e o cadafalso e outros ensaios. Seleção, organização e apresentação de Manuel Costa Pinto. Trad. Manuel Costa Pinto e Cristina Murachco. Rio de Janeiro: Record, 1998.

CHABOT, Jacques. Albert Camus. Avignon: Édisud, 2002.


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